Não é a mesma coisa, mas também é muito melhor

Por causa da pandemia, o isolamento social se impôs de maneira abrupta. Apesar disso, conseguimos nos adaptar rapidamente a essa realidade, ao menos no aspecto do serviço burocrático. O trabalho remoto tornou-se a norma, e até quem torcia o nariz para ele precisou ceder. De fato, os resultados até o momento mostram que muito pode ser feito a distância, mas não tudo.
O trabalho virtual preserva boa parte do aspecto funcional de uma rotina de escritório. É possível criar documentos, tramitar processos, assinar e autenticar papeis digitalmente. Porém, a dimensão humana das pessoas foi duramente afetada. Por humana me refiro à necessidade de encontros físicos e de afeto, que não podem ser supridas por uma tela, por mais que os serviços de streaming insistam no contrário.
Claro, é possível fazer uma festa no Zoom, juntar os carros e tentar adaptar formatos à nova realidade, mas sabemos que não é a mesma coisa. A gente pode discutir uma festa a distância e planejar os mínimos detalhes, mas a ela só acontece quando as pessoas se juntam e celebram.
É possível encorajar e fortalecer pessoas pela internet, mas essa tarefa é muito mais fácil com um abraço, um aperto de mão e um cumprimento sincero olhando nos olhos. São coisas que não só nos animam, como metaforicamente batem a poeira do nosso coração e nos ajudam a levantar o corpo e seguir na caminhada.
Agora, quão melhor não é participar de uma reunião virtual em vez de física. Com uma boa conexão, é possível tratar todos os aspectos necessários e não perder tempo com o deslocamento. De fato, os encontros virtuais cujo único propósito seja o trabalho ainda têm o benefício de poupar o tempo que os envolvidos gastariam em trânsito.
Quem sabe a gente possa sair dessa pandemia mal-combatida com esse aprendizado. Encontros virtuais são muito bons para o trabalho e às vezes até superam as interações físicas do batente burocrático, mas nunca substituirão o ao vivo quando o assunto é afeto, saudade e diversão.

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