Salsi Fufu! Pegadinha do Mallandro! Se você caiu, perdoe-me por te enganar com esse título obsceno. Só quero chamar atenção pra um problmea que acontece demais nas redes sociais.
Eu e minha irmã somos os patrulheiros do grupo da família. Já foi comum desmentirmos os poderes milagrosos do limão e os macetes do caixa eletrônico para evitar a clonagem do cartão de crédito.
Em tempos tão conturbados como os nossos, posso seguramente dizer que a vacina contra o Sars-Cov-2 sai antes de qualquer coisa minimamente capaz de diminuir as lorotas da internet. Isso porque as capacidades de inventar mentiras e de fazer outras pessoas acreditarem nelas são parte de nós desde que o mundo é mundo.
Com o crescimento do marketing digital, ficou em evidência a redação persuasiva, também conhecida como copywriting. Esse ramo da escrita, muito antes das pesquisas em psicologia e neurociência, explora incessantemente os gatilhos mentais, que são padrões de pensamento que surgem dependendo da situação que vivenciamos.
Porém, não é preciso entrar nos detalhes técnicos do copy para entender que a maioria das fake news amadoras utiliza uma fórmula batida e muito eficaz. Os títulos chamativos, a pintura da indignação e do medo e o pedido de compartilhamento para ajudar a frear a patifaria são coisas que já funcionaram e vão continar funcionando.
E eu gostaria de poder falar que esses embustes só funcionam com as tias do Zap, mas a verdade é que todo mundo está sujeito a ser enganado, ainda que não ao mesmo tempo. Eu mesmo acreditei no áudio do Mandetta, e depois desse episódio fiquei mais humilde em relação a isso.
O tratamento dessa fragilidade demanda uma postura mais lenta e responsável no compartilhamento da informação. Precisamos sempre checar a fonte daquilo que desejamos distribuir aos nossos contatos. Somos elos numa corrente que, se for mentira, pode se espalhar para mais gente e fazer um estrago maior.
Mas podemos frear as fake news com uma ferramenta simples e, melhor ainda, gratuita: uma pesquisa rápida na web. Esse pequeno passo antes de postar qualquer coisa pode ser a diferença entre perpetuar uma mentira e evitar que pessoas queridas sejam enganadas.
Claro, ainda assim podemos cair em farsas e golpes por aí. O lorotavírus é dificílimo de ser combatido, mas podemos, um a um, diminuir seus estragos no mundo real. Essa, sim, é a obrigação de todo cidadão de bem.