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Método infalível

agosto 6, 2020

Salsi Fufu! Pegadinha do Mallandro! Se você caiu, perdoe-me por te enganar com esse título obsceno. Só quero chamar atenção pra um problmea que acontece demais nas redes sociais.

Eu e minha irmã somos os patrulheiros do grupo da família. Já foi comum desmentirmos os poderes milagrosos do limão e os macetes do caixa eletrônico para evitar a clonagem do cartão de crédito.

Em tempos tão conturbados como os nossos, posso seguramente dizer que a vacina contra o Sars-Cov-2 sai antes de qualquer coisa minimamente capaz de diminuir as lorotas da internet. Isso porque as capacidades de inventar mentiras e de fazer outras pessoas acreditarem nelas são parte de nós desde que o mundo é mundo.

Com o crescimento do marketing digital, ficou em evidência a redação persuasiva, também conhecida como copywriting. Esse ramo da escrita, muito antes das pesquisas em psicologia e neurociência, explora incessantemente os gatilhos mentais, que são padrões de pensamento que surgem dependendo da situação que vivenciamos.

Porém, não é preciso entrar nos detalhes técnicos do copy para entender que a maioria das fake news amadoras utiliza uma fórmula batida e muito eficaz. Os títulos chamativos, a pintura da indignação e do medo e o pedido de compartilhamento para ajudar a frear a patifaria são coisas que já funcionaram e vão continar funcionando.

E eu gostaria de poder falar que esses embustes só funcionam com as tias do Zap, mas a verdade é que todo mundo está sujeito a ser enganado, ainda que não ao mesmo tempo. Eu mesmo acreditei no áudio do Mandetta, e depois desse episódio fiquei mais humilde em relação a isso.

O tratamento dessa fragilidade demanda uma postura mais lenta e responsável no compartilhamento da informação. Precisamos sempre checar a fonte daquilo que desejamos distribuir aos nossos contatos. Somos elos numa corrente que, se for mentira, pode se espalhar para mais gente e fazer um estrago maior.

Mas podemos frear as fake news com uma ferramenta simples e, melhor ainda, gratuita: uma pesquisa rápida na web. Esse pequeno passo antes de postar qualquer coisa pode ser a diferença entre perpetuar uma mentira e evitar que pessoas queridas sejam enganadas.

Claro, ainda assim podemos cair em farsas e golpes por aí. O lorotavírus é dificílimo de ser combatido, mas podemos, um a um, diminuir seus estragos no mundo real. Essa, sim, é a obrigação de todo cidadão de bem.

R$ 10 mil num celular?

agosto 5, 2020

Hoje o Galaxy Note 20 vai ser lançado e, além dos vazamentos, temos uma certeza: vai ser caro.

Considerando a cotação do dólar, dá para supor que os flagships, modelos topo de linha, vão ultrapassar a barreira dos 10 mil reais neste ano. Mas a pergunta que se impõe é: precisamos de um investimento tão alto?

Vários vídeos comparativos no YouTube demonstram que a maioria dos celulares intermediários hoje em dia são capazes de quase tudo que os mais potentes conseguem. Por quase tudo me refiro a tarefas do dia a dia, como ligar, mandar mensagens, tirar fotos razoáveis e utilizar ferramentas digitais (navegação, transporte, serviços de entrega e jogos).

Claro, os tops sempre terão seus diferenciais. Eles se destacam na qualidade da tela, na bateria, nos materiais mais nobres e mais resistentes, no desempenho mais fluido e, principalmente, nas câmeras mais poderosas.

Não estou atacando a diferenciação. É bom para o mercado que haja modelos que abranjam diversos tipos de consumidores, que possuem as mais variadas necessidades. A questão que levanto é se vale a pena investir tanto dinheiro num equipamento comum que provavelmente será trocado em menos de três anos.

O ciclo anual de renovação dos smartphones passa a impressão de que o telefone que temos hoje já está antigo, mesmo que o tenhamos comprado ontem. É legal acompanhar as novidades e ver as inovações, eu mesmo gosto muito disso. Mas há de se ter pé no chão, cabeça no lugar e saldo em ordem na conta bancária.

Nossos telefones, assim como nossos carros, não deveriam ser símbolos de status, mas as marcas sabem explorar nossa vaidade. Sempre haverá algo melhor e mais bonito, e, nesse contexto, a pergunta que nunca fica velha é: você é feliz com o que tem hoje?